O substantivo tupi pode ser monossilábico ou polissilábico. Termina sempre em vogal tônica ou em -a átono. Pode ser simples, composto, derivado.
Em tupi não há artigos nem definidos nem indefinidos
Gênero: Não há gênero gramatical. Somente prende-se ao gênero tudo o que gera vida: mulher ou fêmea, homem ou macho, embora o sexo não tenha repercussão alguma, do ponto de vista gramatical, quer nos adjetivos, quer nos pronomes ou nos verbos.
Masculino Absoluto
t-uba: pai
mena: marido
abá: índio, homem
Feminino Absoluto
sy: mãe
t-e-mi-r-ekó: mulher
kunhã: índia, mulher
Os nomes de animais sevem para os dois sexos. Mas sendo necessário esclarecer por palavras colocadas logo após o substantivo: apyaba (m.) e kunhã (f.) (para seres humanos), s-akûãî-bae (m.) e kunhã (f.) (para animais):
tapiira: anta tapiira s-akûãî-bae: anta macho
tapiira kunhã: anta fêmea
mboîa: cobra mboîa s-akûãî-bae: cobra macho
mboîa kunhã: cobra fêmea
Número: Não há número gramatical. As palavras correspondem igualmente ao nosso singular e ao plural:
t-esá-y lágrima, lágrimas; ypeka pato, patos
O sentido colher-se-á no contexto da frase.
No tupi colonial, passou-se a empregar etá "muitos"para realçar a pluralidade (com a perda do a final nos paroxítonos):
pirá: peixe pirá etá: peixes
paka: paca pak'etá: pacas
Não se deve abusar desse indefinido já que esse não era seu primitivo sentido, principalmente se o plural já se subentende:
mosapyr pirá: três peixes (NUNCA mosapyr pirá etá)
Substantivos abstratos: No tupi não havia substantivos abstratos, porém com a permanência dos jesuítas houve uma tendência a substantivar os adjetivos como os infinitivos:
poranga: belo= beleza
osanga (t): paciente= paciência
nhe-mo-yrõ: irar-se= ira
Bibliografia: Pe. A. Lemos Barbosa, Curso de Tupi Antigo;
Max H. Boudin, O Simbolismo Verbal Primitivo
terça-feira, 5 de fevereiro de 2008
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