terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Alfabeto

Os índios não tinham escrita, por isso cada gramático ou estudioso europeu procurou transcrever o tupi no alfabeto de sua língua nativa, fazendo as devidas adaptações, portanto não é de se estranhar que uma palavra em tupi possa ser escrita de várias formas, por exemplo: Ygûasu, Yguassú, Yguaçú, Yguasú.
O alfabeto que utilizaremos aqui será o utilizado pelo Padre A. Lemos Barbosa em seu livro Curso de Tupi Antigo:



PRONÚNCIA

-O s soa como o ç português, não como o z:
a-só (pronuncia-se açó): eu fui

-O r é sempre brando, mesmo no início das palavras:
roy: frio ( o r soa como em arara)

-O x é como o de "xadrez"

-O h é aspirado, como no inglês. É muito freqüente no guarani, já que em tupi só aparece em três ou quatro palavras.

-O g nunca pronuncia-se como j, mesmo antes de e, i ou y:
mo-ingé (pronuncia-se moingué, não moinjé): introduzir

--O d no início da palavra é sempre precedido de n, ainda que nos documentos antigos, esta letra não venha escrita; pode-se pronunciar só o n sem o d:
ne ou nde (pronunciar nde ou ne, nunca de): tu

-Em seguida de pausa (ponto, vírgula, etc.), b é sempre precedido de m, ainda que esta letra não figure:
baé (leia-se mbaé): coisa

-Também o g sempre pressupõe n:
gatu (pronuncia-se ngatu): bom, bem
Só se abre exceção qaundo vem seguido da semivogal û: gûasu

-O som do y não tem correspondente em português, obtém-se aproximadamente seu som colocando a língua como se estivesse tentando pronunciar o "u", mas com os lábios estendidos para pronunciar o "i".

-As outras vogais, como em português do Brasil, na pronúncia padrão.

-Nos ditongos crescentes e nos tritongos, î pronuncia-se como o y espanhol (em "ayer", "yo") ou inglês (em "yes", "beyond"), exemplo:
îasy: lua; kaîa: arder; kaîá: cajá
Alguns autores, nesses casos, escrevem j; jasy, kajá

-Nos ditongos decrescentes, î, pronuncia-se como o i português:
kaî (pronuncia-se kái): pegar fogo

-Utiliza-se do hífen para separar os elementos da palavra, mas na leitura não se faz caso dele.



Referência Bibliográfica: Pe. A. Lemos Barbosa, Curso de Tupi Antigo

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