terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

O TEMPO NOMINAL EM TUPI

“Todo substantivo pode apresentar noção de temporalidade, embora difusa, por meio de sufixos indicando o passado, o futuro ou o sentido opcional-restritivo.”

Ram(-a) – futuro promissor, o que vai ser [também são usadas as formas –ûam-a e am-a]
Pûer(-a) – passado, velho, o que foi [também são usadas as formas -ûer-a e -er-a]
Rambûer(-a) – Ram + Pûer, o que devia ser e não foi ou Pûeram(-a), mas esta última forma é rara.
Essas partículas em composição recebem o sufixo –A (este é um sufixo substantivador)

Exemplos:
Akang - cabeça
Akang-ûer - o que foi cabeça, crânio
Ybyrá - árvore
Ybyrá-ram-a – o que vai ser árvore
Taba – aldeia
Ta´-rambûera – o que ia ser aldeia e não foi (foi destruída antes que virasse aldeia)

Como vimos o verbo tupi não indica tempo, por exemplo a-´ytab (ytab = nadar) pode significar eu nado, eu nadei, eu nadarei, podendo a temporalidade do substantivo indicar o tempo do verbo.


Ex: a-î-monhang xe ok´-ûera - fiz a minha casa (que foi destruída, não existe mais)
a-î-monhang xe ok´ama – Faço minha casa (que ainda não está pronta)

Um comentário:

Emmanuel Araujus disse...

E quanto a questão das palavras oxítonas e das paroxítonas? Tem como explicarem melhor?